sexta-feira, 20 de abril de 2012

OMVdM - 1º Curso sobre Vinhos


Caros leitores, a enoteca O Melhor Vinho do Mundo, que frequento com muito gosto está promovendo o 1º curso básico sobre vinhos no mês de Junho com uma pauta super bacana abordada em 4 aulas onde diversos vinhos serão degustados e no encerramento uma harmonização com comidinhas excepcionais.

As aulas serão  ministradas nada mais nada menos pelo Bruno Hermenegildo que é Sommelier International pela FISAR (Federazione Italiana de Sommeliers), graduado pela Wine&Spirits (Londres) e em Gastronomia. Trabalhou em grandes redes de lojas e atualmente é Sommelier chefe do Grupo Art des Caves. Foi membro do corpo docente da faculdade FMU-SP para o curso de Gastronomia, e é membro da Confraria dos Sommeliers de São Paulo. Convidado com frequência para participar de mesas julgadoras de degustação em diversas revistas.

Mais informações em:
OMVdM - 1º Curso sobre Vinhos 
deguste@omelhorvinhodomundo.com.br
11 4121.5576

Saúde!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Baron Philippe de Rothschild Pinot Noir 2010


Eis um vinho interessante para experimentar. Quando o vi na prateleira eu pensei: "Pinot de Bordeaux?" associando a região ao famoso produtor Baron Philippe de Rothschild, mas não é mesmo, pois um Vin de Pays d'Oc tem a liberdade de ser produzido com uvas de diversas regiões não precisando atender uma norma ou lei, seria uma espécie de vinho regional que foi criado para se distinguir do vinho de mesa por ter qualidade superior. Como me alertaram, temos que ter cuidado ao comprar esse tipo de vinho por causa dessa tipicidade que acabei de descrever, mas isso não é uma regra e nesse mundo do vinho a parte mais interessante é tomar bons vinhos independente do rótulo.

Essa linha da BPDR produz alguns varietais e segundo as informações do site as uvas são provenientes de diversos vinhedos da região de Languedoc Rousillon, bem ao sul da França às margens do Mar Mediterrâneo e próximo a Limoux, um pouco distante de Bordeaux que fica mais a oeste e voltada para o Oceano Atlântico.

Vamos ao Vinho!

Na taça mostrou média transparência, vermelho cereja com reflexos bordô e bastante brilho. Os aromas já entregam sua alta acidez e os frutos vermelhos silvestres como amora e framboesa que possuem mais acidez do que doçura.

Na boca mostra a simplicidade do vinho que é compensada nesse caso pela sedosidade. Pelo que pesquisei o vinho não passa em madeira, as uvas são colhidas no ápice de sua maturidade, maceradas antes da fermentação extraindo toda a fruta e sob controle de temperatura a maceração com fermentação alcoólica faz com que o vinho mantenha o frescor e garanta cor viva e taninos da uva.

Descrevi esse processo para exemplificar como que esse vinho é vinificado de forma totalmente diferente do que estamos acostumados e se aproxima dos vinhos brancos e resulta em vinhos jovens, brilhantes com bom teor alcoólico e no caso da Pinot quando bem feito repassa a tanicidade simples mas de boa qualidade que essa uva em particular transmite e diferencia esses vinhos dos demais e a torna uma casta bem difícil de ser trabalhada.

Resumindo é um bom vinho, refrescante, correto no álcool e acidez com final e persistência condizente ao seu estilo.

Uma boa pedida para conhecer vinhos simples do sul da França.

Saúde!

Quinta do Alqueve 2 Worlds Reserva 2004


Esse vinho tomamos nesse último fim de semana com meu pai que aprecia vinhos portugueses tanto quanto eu.

Esse vinho é do clubeW da vinícola Pinhal da Torre e proveniente da região do Ribatejo a leste de Lisboa.

No contra rótulo vem com os dizeres: "2 Irmãos (Paulo e Francisco), 2 Uvas (Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional), 2 Mundos (Velho e Novo).", interessante iniciativa que resultou em um vinho agradável e como eu comentei na casa de meus pais como é engraçado que alguns vinhos regionais, como esse é classificado, são tão bons quanto os caros,  tradicionais e por muitas vezes não tão bons DOs - Denominação de Origem que precisam atender a diversas normas e requisitos. Nem preciso dizer que o vinho agradou a todos.

Vamos ao vinho!

Na taça vermelho rubi tendendo à púrpura, aromas expressivos assim que se abre a garrafa, pois estava em temperatura ambiente, bastante fruta vermelha, especiarias, boa presença da madeira que deve ter sido usada uma de ótima qualidade, pois foram 12 meses em barrica. Vinhos dessa idade, oito anos, geralmente apresentam uma descoloração no halo, aquela borda na superfície do vinho em taça que fica anexa à taça, mas esse não estava apresentando essa característica mostrando que o vinho ainda está jovem e bem conservado.

Na boca mostrou a que veio e justificou sua proposta, a personalidade portuguesa meio que rústica da Touriga somando ao corpo e estrutura ao vinho. Ótima acidez e integração do álcool, mas os taninos ainda estavam um pouco agressivos e se tiver a oportunidade de tomar esse vinho daqui um tempo aproveite esse ótimo vinho, recomendo!


Saúde!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Château La Tour de By 2001


Esse eu tomei na companhia do Marcelo Rosa da OMVdM!

Esse é um vinho clássico da região de Bordeaux e sub região do Médoc produzido pelo Château La Tour De By possue a classificação Bordeaux Cru Bourgeois Supérieur AOC que garante qualidade ímpar nos vinhos dessa região.

O corte é o bordalês clássico, Cabernet Sauvignon 65%, Merlot 30%, Cabernet Franc 3% e Petit Verdot 2% que passam 16 longos meses em barricas de carvalho de 225 litros. O ano assuta um pouco, porêm esses vinhos são longevos e com capacidade de guarda superior a 12 anos, pode apostar.

Vamos ao vinho!

Na taça já mostrava sua idade com seu vermelho rubi e halo com reflexo terracota opaco, seus aromas lembram frutos escuros, pimentão da Cabernet Sauvignon e especiarias que com o tempo evoluem para a canela. Um vinho com mais de 10 anos que nos fez ficar uma hora tomando de bicadas para apreciar sua evolução, fato esse que só conseguimos com vinhos dessa qualidade!

Na boca surpreende ainda mostrando taninos nobres que a muito não via, um vinho com complexidade que vale muito mais do que seu preço pede, é realmente uma jóia.

Saúde!

La Caliera Moscato D'Asti DOCG

Finalizando a noite da degustação realizada em parceria entre O Melhor Vinho do Mundo e a Ravin e fechando com chave de ouro tomamos esse Moscato sensacional.

Esse exemplar é produzido pela Borgo Maragliano (Aldeia Maragliano) e tocada pela família Galliano que une a tradição com as técnicas modernas produzindo um espumante de altíssima qualidade justificando e seu custo um pouco mais elevado se comparado aos Moscatos de mercado.

Como o próprio nome já diz sua região é Asti que fica no Piemonte e sua casta é a Moscato Canelli. 

O que acho incrível é como uma uva só é capaz de gerar um vinho com a expressão de um corte. 

Alguns apreciadores podem estranhar os Moscatos, pois tem baixíssimo teor alcoólico e acidez o que inverte as expectativas em algumas pessoas acostumadas à refrescância gerada pela acidez e esperada nos espumantes.

Vamos ao vinho!

Na taça amarelo dourado com muito brilho, perlage mediano e aromas de frutas cristalizadas e um pouco de floral.

Na boca consegue ser doce sem ser enjoativo, boa leveza e cremosidade excepcional.

Confesso que para eu gostar de um vinho adocicado ele tem que ser muito bom, pois estou a muito me privando do excesso de açúcar, mas esse Moscato realmente impressiona.

Saúde!

Zuccardi Série A Malbec 2010


Esse era pra ser o último da noite, porém teve outra surpresa que virá no próximo post!

Esse grande exemplar eu já conheço de longa data, possuo em minha adega e até acho estranho não tê-lo postado antes no blog.

Podemos dizer que existem as novidades, tendências e algumas variações que encantam alguns, mas não a todos, e existem os clássicos que marcam um determinado estilo e cravam sua marca e expressão, representando dessa forma determinadas regiões.

Esse vinho é um clássico e a partir dele e de outras vinícolas clássicas tais como a Catena Zapata podemos referenciar esse ícone que representa muito bem o Terroir da Argentina para o mundo do vinho. Sua expressão é tão forte que pouco se fala ou se discute sobre a região de Cahors quando o assunto é Malbec.

É isso aí, acho que não preciso falar mais tanto sobre a família Zuccardi e seus maravilhosos vinhos que representam muito bem a Argentina como excelente produtora de vinhos no mundo.

O vinho é produzido 100% com a casta Malbec de diversas regiões de Mendoza (Agrelo, La Consulta e Vista Flores) e 70 % do vinho estagia por 10 meses em barrica de carvalho.

Vamos ao vinho!

Na taça vermelho com reflexos violetas e muito brilho, aromas intensos de fruta vermelha que evolui para o figo e chocolate até chegar ao tostado com um pouco de especiaria presente até no fundo de taça.

Na boca mostra bastante corpo, acidez e álcool em harmonia, confirma a fruta e mostra os taninos doces. Persistência acima da média e excelente final sem amargor complementa esse vinho que realmente é considerado um clássico!


Saúde!

Palo Alto Reserva 2009


Esse foi para mim a surpresa da noite. Já tinha escutado algo sobre esse vinho e principalmente que essa vinícola pertence ao grupo Concha y Toro, porém não imaginava que seria tão interessante.

Para se ter uma idéia já conheço a um bom tempo a linha Zuccardi série A e nessa noite eu até comentei que o Zuccardi éra o melhor da noite, porém como comentado pelo Marcelo Rosa do Melhor Vinho do Mundo e pelo Rodrigo da Ravin eu deixei um pouco do vinho Palo Alto em taça para evoluir.

Tudo bem que são dois vinhos diferentes, porém o Palo Alto evoluiu tanto em taça que ficou par do Zuccardi, incrível. Foi exatamente por esse motivo que o grupo Concha y Toro resolveu adquirir essa recente Viña (2006), pois com vinhos de baixo custo estavam roubando a cena de grandes produtores no Chile com vinhos excelentes e ganhadores de diversos prêmios!

Esse vinhão é proveniente da região do Vale do Maule, é um corte das castas Cabernet Sauvignon (San Clemente) 55%,  Carménère (Pencahue)  25% e Shiraz (Villa Alegre) 20%, estagiando 8 meses em barricas de carvalho francês e americano.

Vamos ao vinho!

Na taça apresenta cor vermelho com bastante brilho e reflexo violeta e aromas de grande complexidade que começam com herbáceo e mamão, passa pelo frutado com frutas vermelhas em compota bem adocicadas e após um tempo em taça mudam completamente para os aportados da barrica como couro e café.

Na boca é extremamente redondo, acidez e álcool balanceados, taninos finos, muito agradável e de ótima persistência.

Esse vinho junto com a linha Trio (Cabernet / Merlot) do mesmo grupo compõe um dos melhores custo x benefício em vinhos chilenos que ficam na faixa dos R$ 40,00. Ótimo para quem é objetivo e quer ter em sua adega somente vinhos de extrema qualidade dentro de suas possibilidades financeiras.

Saúde!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Clerget Côtes du Rhône 2008


Eis um campeão em custo benefício dos vinhos considerados de qualidade dessa região que fica ao sul da Borgonha.

Foi o segundo da noite, simples de tudo, mas bem feito!

É produzido pela família Clerget, a mais antiga de conhecimento na França (1268), por isso da fama ser tão grande entre os vinhos simples da região. É um corte das castas Grenache, Syrah, Mourvedre e Cinsault através do método clássico da região do Rhône e passa de 6 a 8 meses envelhecendo, mas em cubas de inox não estagiando em madeira.

Vamos ao vinho!

Na taça mostrou vermelho rubi e médio brilho, aromas típicos e fechados e um pouco de floral.

Na boca mostrou elegância, acidez correta, o álcool não incomoda e é facílimo de beber.

Muita gente estranha esse tipo de vinho pelo fato de não passar em madeira e o acha fraco e sem expressão, mas como dizem, são escolas completamente diferentes onde a européia está voltado para a elegância do vinho e na contramão do novo mundo.


Saúde!

Quantum Pinotage 2010


Mais uma vez participo de uma degustação na Enoteca O Melhor Vinho do Mundo e dessa vez a mesma foi promovida pela Ravin que conheço desde o Wine Weekend do ano passado e possui uma seleção de ótimos rótulos.

Para quem é do ABC, prometo divulgar aqui no blog as próximas degustações, ato falho meu até o momento!

Esse rótulo Sul africano produzido pela Du Toitskloof Winery é de bom custo benefício e em minha opinião é melhor do que a maioria dos Pinotage de super mercado e que praticamente sai pelo mesmo valor, é o tipo de vinho "garimpado". Sua origem é o vale do rio Breede, Western Cape e passou 8 meses descansando em barrica.

Vamos ao vinho!

Na taça tem cor rubi, aromas de frutos escuros, chocolate e baunilha.

Na boca tem bom equilíbrio entre álcool e acidez, mostra bons taninos e impressiona no equilíbrio mesmo sendo um vinho bem jovem.

Ótimo para um domingo à tarde em um dia gostoso para se beber um vinho despretensiosamente.

Saúde!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Painter Bridge Zinfandel 2010


Meu primeiro exemplar norte americano, que demorou a aparecer porque realmente eles não são os primeiros da minha lista, apesar de ter uma boa curiosidade com relação aos vinhos dessa parte do novo mundo. Ainda quero publicar um Pinot Noir americano, mas os preços inviabilizam bastante.

Não sou especialista em impostos, estou longe disso, mas um vinho que custa U$ 7,00 ser vendido aqui no Brasil por volta dos U$ 35,00 é revoltante, nem sei dizer a centena de % superior isso significa.

Outro absurdo é pensar que um vinho dessa qualidade que é muito superior a grande maioria produzida no Brasil custa menos de R$ 15,00 ao consumidor final dos EUA e lanço a pergunta: O que se compra aqui no Brasil com menos de R$ 15,00?

Esse bom vinho, que está acima de sua faixa real de preço e acredito que seu público alvo são enófilos que já conhecem um pouco sobre diversos terroirs e queiram passear em outros quintais, é produzido pela J. Lohr http://www.jlohr.com e utiliza três castas, Zinfandel  90%, Syrah 9% e Petite Sirah 1% sendo a Zinfandel de quatro lugares diferentes da região de Paso Robles e as demais de Central Coast, estagiando 6 meses separadamente em diversos tipos de barris de carvalho.

Para quem não sabe a casta Zinfandel tem sua origem na Croácia onde é chamada de Plavac Mali que foi levada para a Itália onde recebeu o nome de Primitivo e posteriormente aos EUA.

Sem mais delongas, vamos ao vinho!

Em taça apresentou vermelho rubi brilhante e reflexos púrpuras e lágrimas lentas. No olfato bastante fruta vermelha e especiarias provenientes da Syrah e madeira e não mostrou muita evolução.

Na boca é correto e equilibrado, bem parecido com alguns cortes Argentinos e Chilenos de Syrah, acidez interessante, bons taninos e final agradável lembrando as fruta vermelha mais ácida e média para baixa persistência.

Como já disse, esse é para quem quer variar.

Saúde!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Wild Rock Cupids Arrow Pinot Noir 2008


Para nós enófilos de carteirinha a possibilidade de poder beber e experimentar vinhos pagando por taça é uma maravilha!

Novamente na enoteca O Melhor Vinho do Mundo tive o prazer de experimentar esse neozelandês produzido pela Wild Rock.

A Nova Zelândia é conhecida no mundo do vinho por alcançar rapidamente um status de ótima produtora do novo mundo em um espaço bem curto de tempo e entre as diversas castas produzidas as que mais se destacam são a Pinot Noir e a Sauvignon Blanc. Existem lá também ótimos Chardonnays que brigam de igual com qualquer produtor do mundo.

Esse exemplar é elaborado somente com a Pinot Noir e passou 9 meses em barris franceses sendo 30% novos.

Vamos ao vinho!

Na taça é vermelho violáceo de média transparência e muito aromático. Entre os aromas destacam as frutas vermelhas como cerejas e amoras bem definidas e ao ganhar temperatura aparece claramente os aromas herbáceos.

Na boca é redondo, ótima acidez, taninos finos e elegantes com médio corpo e final muito agradável.


Uma pena o valor dos vinhos do novo mundo fora da América do Sul ser bem superior, porém valem muito a pena!

Saúde!
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