quarta-feira, 31 de julho de 2013

Matetic Corralillo Winemaker's Blend 2008

Está aí outro vinho interessante que levei para o sítio para acompanhar o churrasco! Isso mesmo... não é só de Malbec que se vive no churras.

Esse é de uma vinícola que vale a pena conhecer - leia mais -, pois além da produção de vinhos excelentes e de forma natural utilizando a filosofia da cultura biodinâmica. Interessante porque o local onde fica o sítio dos meus pais foi um investimento de um grupo alemão o qual também utiliza a cultura biodinâmica no plantio de verduras e legumes.

Esse vinho é um corte interessante, pois a vinícola varia as porcentagens a cada safra. Neste exemplar de 2008 foram utilizadas as castas Merlot (40%), Syrah (28%), Cabernet franc (20%) e Malbec (12%) que são vinificadas separadamente sendo cortados somente no engarrafamento após os 12 meses de barrica francesa de diversos fornecedores e estilos dando uma exclusividade ainda maior ao vinho.

Se o último eu abri cedo, esse estava no ponto!

Vamos ao vinho!

Em taça é vermelho violáceo escuro como ameixa. No olfato é complexo e evolui muito bem. Nota de fruta vermelha, ameixa e amora, chocolate, fumo e especiarias e com o tempo aparece um pouco de floral.

Na boca é muito bem equilibrado e seus taninos mais do que sedosos. Ótimo corpo e bom final com média persistência.

Não preciso dizer muito para dizer que é uma experiência interessante e que vale a pena esperar uns aninhos para abrir a garrafa já que é um vinho com bom potencial de guarda e que evolui bem em garrafa. Mas não precisam ser os 7 anos mencionados não rs.

Saúde!

Joseph Drouhin Laforet Pinot Noir 2010

Eis um vinho especial que abri no sítio de meus pais e tomei junto com meu irmão do Rio Grande. Essa garrafa ganhei de presente de meus pais que o trouxeram da viagem que realizaram para os lados de lá.

Joseph Drouhin é um produtor famoso na Borgonha pelo seu Beaujolais, mas produz vinhos de todos os tipos e preços (incluindo os astronômicos) e é uma pena seus vinhos chegarem ao Brasil a um valor tão alto. Produzindo desde 1880 tem sua produção espalhada pelas sub-regiões de  Chablis, Côte de Nuits , Côte de Beaune e Côte Chalonnaise.

Esse vinho é de sua linha mais simples, porém com um controle rigoroso de qualidade já que seus principais vinhos são reconhecidos no mundo inteiro. As uvas podem ser de suas propriedades ou compradas de fornecedores "selecionados" da região.

Sua vinificação é em processo bem lento levando de 2 a 3 semanas seguido de 7 a 8 meses em cubas de inox e mais 1 a 2 anos em barris de carvalho. Os tempos são bem variáveis, pois o vinho é somente liberado para o engarrafamento após ser experimentado e aprovado para o mesmo.

Que cuidado né! Parece um monte de informações chatas e massivas, mas para quem realmente gosta de vinho isso é música para os ouvidos.  Para mim a história do produtor e os cuidados que ele toma com seus produtos é praticamente 50% do vinho. E se o mesmo não é das melhores safras ou errou a mão na garrafa que comprei eu já me contento com os 50%.

Vamos ao vinho!

Em taça tem transparência elevada e a cor é vermelha quase granada e no halo um tom amarelado que estranhei ao ver em um Borgonha tão jovem. Os aromas são espetaculares com pouca fruta vermelha e durante a evolução mostra o campo com seus detalhes animais e alguns toques resinosos.

Na boca ainda estava com uma acidez elevada e seus taninos em fase de suavização indicam sua abertura precoce, mas a elegância e a evolução que apresenta o torna uma questão a parte na apreciação e demonstra a ponta do iceberg na produção de vinhos da Borgonha.

O vinho podia descansar mais 1 ou 2 anos, mas estava delicioso!

Saúde!

Quinta da Neve Cabernet Sauvignon 2008

Em minha última visita à enoteca OMVDM vi essa garrafa no POD Bar e resolvi provar uma taça.

Esse vinho é produzido na serra catarinense e a vinícola Quinta da Neve foi a precursora no investimento vitivinícola da região. Sua produção é realizada sob responsabilidade do gabaritado enólogo português Anselmo Mendes.

Outro detalhe interessante é que em São Joaquim as videiras estão entre 1150 e 1200 metros de altitude, que particularmente gera características interessantes nos vinhos em minha opinião.

Não é difícil de ver seus vinhos no topo dos rankings nacionais. Ouvi dizer que o Pinot Noir deles é muito interessante o que já me instiga bastante.

Vamos ao vinho!

Em taça mostra rubi com tons escuros e aromas de fruta vermelha e o amadeirado devido aos 12 meses de barrica. Um pouco do herbáceo também está presente.

Na boca tem acidez equilibrada e o bom corpo auxilia o vinho. Sem excesso de álcool, bons taninos e final com uma pontinha de amargor o tornam interessante.

Não sei se eu mudo a minha cabeça quando experimento vinhos brasileiros então vou comparar com os próprios brasileiros. É um vinho correto, e devido à inflação galopante disfarçada de passos de gatinhos que temos no Brasil, eu o considero de bom custo benefício pois está acima até mesmo de vinhos nacionais com muito marketing e qualidade duvidosa. Interessante para experimentar.

Saúde!

terça-feira, 30 de julho de 2013

Bruno Clair Bourgogne Blanc 2005

 Dando continuidade aos vinhos especiais chegou a vez de outro branco do Bruno Clair e dessa vez a missão dele foi difícil... mas nem tanto! Um bom e velho Chardonnay francês da Borgonha contra o forte Bacalhau Português. Fico feliz que essa luta deu empate e no fim ambos se deram muito bem.

Esse vinho é de uma classificação mais simples, mas não por isso menos especial que o Marsannay comentado no último post.

Produzido totalmente com a casta Chardonnay, somente um terço do vinho passa por barricas, preservando mais a fruta, mas não diminuindo sua longevidade devido à qualidade do mesmo.

Deve estar no seu ápice, pois o produtor recomenda 5 anos de guarda, mas alguns especialistas elevam esse tempo para os exatos 8 anos.

Nas minhas pesquisas achei uma informação interessante sobre o Produtor. Bruno é neto de Joseph Clair que fundou a Domaine na época da primeira guerra mundial. Ele era proveniente da região de Santenay ao sul de Beaune, mas se estabeleceu em Marsannay que fica ao norte da cidade Beaune, quase em Dijon, por ter se apaixonado pela enfermeira Marguerite.

O vinho que impressionou na época foi o Marsannay Rose que somente em 1987 recebeu sua denominação após ter sido estabelecida a AOC. Uma bela história que resultou em belos vinhos.

Vamos ao vinho!

Em taça é amarelo claro com reflexos dourados e brilho demonstrando vivacidade. Os aromas são mais frutados remetendo ao abacaxi entre outras frutas amarelas sem deixar de ter o toque mineral muito característico da Borgonha.

Na boca mostra menos acidez, mas em boa quantidade. Untuoso e com elegância acima do trivial se mostra superior a muitas tentativas de réplica espalhadas pelo mundo afora e por um preço interessante perante sua qualidade.

Bom final e persistência elevada complementam esse belo vinho que brigou de igual para igual com o sutil Bacalhau à Gomes de Sá e o outro com Batatas ao Murro do restaurante Ora Pois de Guarulhos.

Saúde!

Bruno Clair Marsannay Blanc 2006

Um vinho muito especial com um prato também muito especial não podia resultar em nada menos do que uma refeição maravilhosa!

Confesso que me preparei emocionalmente para uma possível decepção ao abrir um vinho branco com mais de 7 anos de guarda em garrafa. Nem tanto pelo vinho e sim mais pela sua correta armazenagem. Mas não deu outra e assim que foi pra taça logo se mostrou nada menos que excelente!

Marsannay (pronuncia-se marsani) é uma AOC, região/classificação, de um micro-região da Borgonha - Cote D’or que permite a produção de tintos, rosés e brancos e onde os tintos geralmente são de Pinot Noir e os brancos de Chardonnay que são as castas ícones da região. As classificações francesas são um pouco confusas, mas pode ter certeza que os vinhos dessas regiões geralmente trazem boas surpresas, pois sua produção é tão controlada quando a dos famosos Chablis.

Esse exemplar é um corte de Chardonnay (80%) que traz mais fruta e Pinot Blanc (20%) que dá mais corpo ao vinho. Não consegui achar com precisão o tempo de barrica claramente por ser variável de acordo com a safra, mas segundo o produtor a maturação pode variar entre 16 a 22 meses.

Vamos ao vinho!

Em taça é amarelo palha claro com reflexos dourados e com bastante brilho. Aspectos que transmitem a sua ótima forma e faz parecer que foi engarrafado ontem. No nariz traz as fruta amarela como o abacaxi e o pêssego juntamente com as cítricas como a lima. Um pouco de mineralidade e amanteigado acompanham em sua complexidade.

Na boca tem ótima acidez demonstrando estar no ponto. Muita elegância com seu traço untuoso e fina mineralidade demonstra o tamanho da competência de seu produtor.

Algumas pessoas podem até achar o vinho simples perto de um Chablis por exemplo, mas em minha opinião a elegância desses vinhos juntamente com sua acessibilidade os tornam grandes vinhos.

Para um grande vinho não podíamos esperar nada menos que um prato à altura e o qual acompanhou com grande competência. E o que é melhor... não foi caro já que trouxe essas lagostas diretamente dos pescadores de Fortaleza.

Saúde!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Casa Marín Pinot Noir Lo Abarca Hills 2006

Ultimamente estou mantendo um alto nível de vinhos aqui no blog. Espero não me acostumar mal.

Esse vinho tomei na Vinea Alphaville a qual fui re-conhecer após muitos meses sem frequentar e agora eles contam com um restaurante muito bem elaborado e com um cardápio à altura dos vinhos que vendem.

A Vinea foca suas vendas em vinhos de linhas superiores como os chamados de boutique, mas é um local interessante, pois eles possuem Enomatics que nos dá a possibilidade de ao menos experimentar grandes vinhos pagando por taça em um ambiente muito agradável e sem a necessidade de frequentar o restaurante.

Essa taça de vinho foi uma gentileza da Vinea que me deixou escolher entre as diversas opções e pelo qual fico muito agradecido.

A Casa Marin dispensa apresentações, pois trata-se de uma vinícola chilena que produz vinhos de excelente qualidade sob a supervisão de uma artesã chamada Maria Luz Marin.

Esse varietal, produzido com uma das castas mais difíceis de manejar e resultar em bons vinhos, provém de vinhedos entre 80 e 120 metros de altitude o que os faz sofrer bastante influência marítima. As uvas são colhidas a mão, a maceração é realizada a frio e realizam uma pré fermentação rápida para que o vinho realize a sua fermentação nas barricas de carvalho francês por 14 meses.

Vamos ao vinho!

Em taça a cor é rubi com tons atijolados devido à sua idade. No nariz um pouco de álcool no início que depois abre para as frutas silvestres (nada de compota ou adocicados). Detalhes da madeira também estão bem presentes.

Na boca é corretíssimo - álcool, acidez e tanino - com bom corpo e elegante. Final e persistência diferenciadas.

Sinceramente deixei um pouco de lado os Pinots Sul-Americanos, com raras exceções de vinhos que ainda quero experimentar, pois realmente não valem muito a pena. Esse exemplar por exemplo é de boa estirpe e concorre lado a lado com bons Pinots da Borgonha por exemplo, porém com seu preço em torno dos R$ 225,00 devido aos fatores safra / evolução / pontuação o faz perder em custo benefício para alguns bons Premier Cru (1er Cru). Pelo menos é a minha sincera opinião.

Interessante para tomar em taça e conhecer um excelente produtor de Pinot chileno.

Saúde! 
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