quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Robert Mondavi Private Selection Cabernet Sauvignon 2010


Mais um rótulo que é moda do novo mundo e de um dos principais produtores que colocou o novo mundo no mapa do vinho.

Sua audácia é memorável e não duvido que em sua vinícola devam ser produzidos vinhos à altura de grandes produtores do velho mundo.

Esse rótulo provém da região denominada Central Coast com bastante influência marítima e de temperaturas elevadas durante o dia. Em que isso influencia? Durante o dia as altas temperaturas levam a uva a um grau de maturação elevado e o resfriamento da noite por influência oceânica vai "chocando" o fruto muito mais rápido. A fruta se potencializa dando a cara que alguns não apreciam do novo mundo em suas diversas faces de "bomb fruit".

Voltando ao vinho, esse não é um varietal e sim um corte o qual a legislação americana permite de Cabernet Sauvignon (83%), Cabernet franc (4%), Merlot(4%), Syrah(3%), Petit Verdot(2%), Teroldego(2%) e Petit Syrah(2%) que descansa 1 ano em barricas francesas. É um vinho de entrada, mas pelo visto é bem cuidado.

Vamos ao vinho!

Em taça é rubi com aromas de fruta vermelha em compota e especiaria.

Na boca tem boa acidez, porém o álcool incomoda do início ao fim, mas sem grandes exageros. Bons taninos e fim de boca razoável. Não sei se casei bem a comida, mas a persistência não agradou muito. Ao acompanhar o chumbinho, que é a pimenta Cambuci (igual ao pimentão só que mais suave) recheada com porpetas, molho vermelho e bastante queijo, o vinho desaparecia sendo atropelado pela comida que espalhava diversos sabores pela boca e inibia o caldo aos poucos.

Faz um bom tempo que havia comprado essa garrafa, porém acredito que hoje não repetiria a dose. Pelo valor dá para ser bastante feliz com um bom Cabernet chileno.

Saúde!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Louis Latour Domaine de Valmoissine 2010


Fiquei tão satisfeito com o Grand Ardèche que mesmo com uma comida simples em casa eu resolvi abrir esse rótulo que caiu como uma luva.

Como dito no último post desse produtor, Louis Latour é um tradicional produtor da Borgonha, mas esses dois rótulos são produzidos em áreas fora da Borgonha que mais se adaptaram às Castas ícones da região, a Chardonnay e nesse caso a Pinot Noir.

Esse caldo é produzido na região de Coteaux du Verdon, próximo a Sainte-Maxime na costa do Mediterrâneo.

Vamos ao vinho!

Em taça mostra cor bordô e tons granada quase tijolo escuro e boa transparência. No nariz mostra fruta vermelha ácida como framboesa e amora com algum toque herbáceo que some na aeração do vinho.

Em boca é equilibrado e mostra pouco tempo de madeira(se houve) que o deixa elegante. Ótimos taninos e acidez que pedem comida automaticamente.

Um belo Pinot, apesar do preço salgado.
Agora o da Borgonha está na mira!

Saúde!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Periquita Tinto 2010


Esse não é a toa o tinto português mais vendido mundo afora além de ser o mais antigo também.

Fácil de encontrar e tiro certo na hora de agradar quem gosta de vinhos mesmo sem entendê-los. Esse ganhei do meu irmão nesse fim de ano.

Seu tradicional produtor José Maria da Fonseca existe desde 1834 e produz esse rótulo desde 1850 sendo considerado o primeiro vinho português engarrafado. São mais de 1,3 milhões de litros só dessa safra.

Sua região é a Península de Setúbal e as castas que o compõe são Castelão (74%), Trincadeira (14%) e Aragonês (12%) e descansa 6 meses em barris mistos.

Vamos ao vinho!

Em taça é rubi com médio brilho e aromas de fruta vermelha e algum floral.

Na boca é sedoso e tem bom equilíbrio do álcool com a acidez. Simples, agradável e finaliza sem amargor.

Ótimo custo benefício.

Saúde!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Julian Reynolds Reserva 2007


A consagração desse último final de semana foi o “Marriage” desse belo exemplar do Alentejo, que veio com a a assinatura do ClubeW, com uma costela de cordeiro na brasa com sal e depois regado ao molho de hortelã (1/2 vinagre, 1/2 vinho branco seco, açúcar e bastante hortelã fresca).

Já falei um pouco desse produtor no post do Carlos Reynolds.

Esse rótulo é um corte das castas Alicante Bouschet (40%), Trincadeira (40%) e Touriga Nacional (20%) que descansam um ano em barricas francesas de Bordeaux (Seguin Moreau). Detalhei a barrica, pois se por ventura escutar ou ler esse nome pode esperar com grande expectativa os finos detalhes que essa madeira confere ao vinho se o produtor souber usá-la.

Vamos ao vinho!

Em taça é rubi com reflexo violáceo, aromas complexos no nariz com bastante fruta escura, chocolate e defumado.

Na boca é corpulento e seus taninos se casaram com a gordura do cordeiro. Ótima acidez pede a comida e a comida pede o vinho. Final elegante e ótima persistência tornam a experiência duradoura tanto quanto a refeição!

Uma pena esse vinho ter sido tão elogiado, mas não é por não merecer, pois esse merece!
A pena é que a Wine esticou o preço do vinho da mesma forma que os blogueiros rasgaram elogios a ele!

Saúde!

Louis Latour Grand Ardèche Chardonnay 2010


Nesse mundo eno-gastronômico não há nada mais prazeroso do que o casamento do vinho com a comida que para todos nós é um grande desafio.

Nesse último fim de semana consegui realizar duas harmonizações que ficaram muito boas mesmo!

A primeira surpresa foi esse vinho de um grande produtor da Borgonha Louis Latour, mas esse rótulo vem de um investimento em 1979 (ano em que nasci) na região de Ardèche (próximo ao Rhône ) que segundo seus estudos desenvolveria muito bem a casta Chardonnay que tem o seu berço na Borgonha e produz os famosos Chablis.

Esse é um varietal que permanece cerca de 10 meses em tanques de aço inox.

Para acompanhar o vinho preparamos camarões. Somos loucos por camarões!

Vamos ao vinho!

Em taça é amarelo com reflexos verdes e bom brilho apesar da idade. Seus aromas já exalam assim que posto em taça e em baixas temperaturas e são nítidos os traços cítricos e a baunilha.

Na boca é bem equilibrado com destaque para a mineralidade bem presente e toques amanteigados. Ótimo final e persistência média para longa complementam esse bom branco.

Fiquei surpreso com esse vinho porque estava com o pé um pouco atrás pelo preço do vinho ser um pouco elevado (~R$ 70,00), produtor famoso e safra superior a 2 anos, tinha grandes chances de decepção. Porém se mostrou um bom vinho com mineralidade expressiva e juventude conservada. O bom corpo com os toques amanteigados deixa nítida a escola da Borgonha.

Saúde!
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