quinta-feira, 21 de março de 2013

Cardèto Sangiovese 2011


Belo dia desses estive no Shopping Tamboré e decidi conhecer uma das casas do Chef Sergio Arno que é o La Pasta Gialla.

Para um ambiente de Shopping até que o espaço é bem agradável e o atendimento é excelente. O Sergio deve exigir o máximo de seus funcionários e deve oferecer condições para tal.

Comecei pela carta de vinhos procurando algo diferente do trivial para depois imaginar o que pedir para comer e lá estava esse exemplar de Sangiovese o qual me interessei imediatamente. A carta de vinho se mostra bem trabalhada, apesar das poucas opções de meias garrafas, mas o que incomoda é o percentual em cima ser salgado o suficiente para quase dobrar o valor do rótulo.

Eu sei que existem os serviços e os diversos custos, mas se para um comerciante que já inclui seus impostos, custos e lucro no preço aparente do produto e a prestação de serviço fim estiver diluída no todo, cobrar o dobro no vinho é quase uma sacanagem. Ficaria muito mais feliz se pelo preço pago tivesse tomado um branco junto com a salada, mas vamos em frente.

Esse é um rótulo jovem, que descansa 4 meses em tanques de inox e 4 meses na garrafa sem passar por madeira. Preza elegância ao estilo europeu. A uva Sangiovese é famosa por compor cortes como dos supertoscanos, porém cuidado pois possui diversas variedades e na composição desse varietal deve ter sido utilizada uma bem simples. Simples tanto quanto o vinho que vem da região denominada Umbria no centro da Itália que fica bem ao lado da Toscana a oeste e que já sofre influência do mar em seu terroir.

Para acompanhar pedi de entrada uma salada verde com mozzarella de búfala, manjericão, tomate caqui e mostarda. O prato principal que duelou com o vinho foi Paglia e Fieno (Palha e Feno) ao molho gorgonzola com nozes e pêra assada. Finalizei com uma Panna Cotta de limão siciliano com calda de frutas vermelhas que foi o destaque da noite em minha opinião e merecia um vinho de sobremesa à altura, mas eles nem tinham uma opção.

Vamos ao vinho!

Em taça é rubi com média transparência e aromas de fruta escura como ameixa, florais e especiarias mostram simplicidade com identidade do vinho.

Na boca é correto e mostra o ataque dos seus taninos junto de sua fruta que é rústica sem ser desagradável.  Final agradável e curto, muito justo para o nível do vinho e não compatível ao preço.

De corpo leve, mas com caráter forte, é um vinho que sobressaiu um pouco à leveza da comida que o acompanhava já que as nozes apaziguavam o gorgonzola. Foi interessante o duelo, mas o vinho ganhou com folga! Esse pede um adversário mais encorpado e arisco com temperos mais marcantes.

Saúde!

Catena Chardonnay 2010


Ao verificar que meus brancos haviam acabado e somando o fato que a assinatura da Wine novamente iria mandar vinhos tintos que ficariam guardados com outros exemplares à espera do clima e da comida mais adequada resolvi suspender a assinatura e ir atrás de vinhos mais condizentes com a situação.

Não é a toa que calhei de ir a um cliente que fica bem próximo à Mistral a qual já queria conhecer a tempos. Com relação ao importador muitos já sabem que eles realizam um trabalho excelente na seleção de rótulos e merecem a solidez que possuem há anos no mercado, porém com relação ao atendimento na loja eu acho que ficou um pouco a desejar. Não sei se fui eu que não passei muito crédito, mas sou da opinião que independente disso o tratamento deveria ter sido mais agradável.

Comecei em alto estilo, pois esse branco que já tive a oportunidade de tomar algumas vezes é referência em Chardonnay argentino. Possui uma qualidade ímpar e olha que estou falando de um vinho de entrada, mas como os pesos de um produtor como a Bodega Catena Zapata são outros não era para ser diferente.

Para começar esse varietal é um corte de altitudes, que são os meus preferidos como sempre digo. Seus vinhedos são o La Pirámide 940 mts, Domingo 1.121 mts e Adrianna 1.472 mts. Esse caldo descansa nove meses em barricas francesas.

Vamos ao vinho!

Em taça é amarelo claro e dourado com bastante complexidade nos aromas. Cítrico e floral são marcantes e com o tempo e maior intimidade aparecem as notas da madeira.

Na boca mostra corpo e acidez muito bem trabalhada. Untuoso, amanteigado, mineral e o toque de baunilha confirmam as impressões do olfato com ótimo final e persistência.

Se fosse para escolher os Chardonnays tops do novo mundo seriam esse e o Quebrada Seca do Chile que seria comparável à linha superior, o Catena Alta, que deve ser excelente também.

Saúde!

terça-feira, 19 de março de 2013

Clube do Vinho vale a pena?


Escrevendo o meu último post "Dancing Bull Zinfandel 2010" refleti muito e resolvi realizar uma crítica que no fim das contas gerou um texto dedicado somente a ela mesma.

Esse último vinho veio pelo ClubeW no mês de outubro e me recordo de no fim do ano passado ter indagado pelas redes sociais se a Wine iria selecionar vinhos mais "compatíveis" com o verão e uma resposta bem simples e direta disse que o time da Wine estava providenciando sempre o melhor para seus clientes.

O resultado foi que nesses últimos cinco meses vieram vinhos tintos sendo em sua maioria encorpados que pedem comidas bem preparadas e untuosas.
Vai uma feijoada  em pleno verão com temperaturas de quase 40 graus?
Vinhos brancos? O último apareceu a mais de dois anos e eu nem era sócio.

Não vou negar que já vieram vinhos de excelente custo benefício, mas entre uns e outros aparecem alguns rótulos os quais geram certo desconforto. Desconforto de um investimento em algo duvidoso mesmo sabendo que o produto foi escolhido por uma equipe que sabe muito mais do que eu sobre avaliação de vinhos.

Sei que negócios são negócios, mas existe um limite. Não duvido que a Wine possua um sistema de gestão para avaliar o seu público alvo e que em sua grande maioria deva ser semelhante à minha condição sócio-econômica, que vive conectada ao mundo e sedenta por informações. Perfil esse que tem como principal objetivo fazer valer a pena todo o investimento que lhe proporcione prazer e/ou retorno financeiro.

Será que estou errado?
Esse mercado, que consideram ainda recente, evolui muito devagar?
Ou é o fator do preconceito com relação ao vinho branco e rosé que impera nessa sociedade de senso comum?

O que sei é que esse mês "viriam" mais dois tintos espanhóis, porém suspendi momentaneamente a assinatura e caso as indagações realizadas acima sejam coerentes e não conflitantes podemos ter um grande "Business Case" de rápido crescimento e explosão no mercado virtual.

Comentem e me ajudem a matar tanta curiosidade que assombra os meus pensamentos!

Saúde!

Dancing Bull Zinfandel 2010


Estimados leitores peço desculpas pela longa ausência. Vinho não muito bom, muitos problemas com a internet, início das aulas e troca de cliente acabaram que me ocupando por completo e desviando um pouco minha atenção do mundo do vinho.

Como tinha minhas anotações trago aqui esse vinho, que tomei no início do mês, o qual me incentivou a escrever a crítica que irei postar na seqüência.

Já comentei sobre o produtor no rótulo Cabernet Sauvignon o qual seus dados de produção diferem somente na casta e na madeira (carvalho francês) utilizada para descanso.

Vamos ao vinho.

Em taça é rubi com tons violetas é média transparência. Aromas de fruta vermelha e um pouco da madeira junto com a sobra de álcool que melhora depois de alguns minutos.

Na boca tem acidez equilibrada e bons taninos. Se mostra correto, mas peca na falta de corpo e no final curto que acaba deixando o vinho a dever para outros vinhos do novo mundo de linhas mais simples.

Podem não concordar comigo, mas o Cabernet estava mais redondo e como a Zinfandel é mais explorada nos EUA eu tinha uma expectativa desse vinho ser melhor.

Um dia coloco um Zinfandel mais interessante.

Saúde!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...