quarta-feira, 18 de abril de 2012

Baron Philippe de Rothschild Pinot Noir 2010


Eis um vinho interessante para experimentar. Quando o vi na prateleira eu pensei: "Pinot de Bordeaux?" associando a região ao famoso produtor Baron Philippe de Rothschild, mas não é mesmo, pois um Vin de Pays d'Oc tem a liberdade de ser produzido com uvas de diversas regiões não precisando atender uma norma ou lei, seria uma espécie de vinho regional que foi criado para se distinguir do vinho de mesa por ter qualidade superior. Como me alertaram, temos que ter cuidado ao comprar esse tipo de vinho por causa dessa tipicidade que acabei de descrever, mas isso não é uma regra e nesse mundo do vinho a parte mais interessante é tomar bons vinhos independente do rótulo.

Essa linha da BPDR produz alguns varietais e segundo as informações do site as uvas são provenientes de diversos vinhedos da região de Languedoc Rousillon, bem ao sul da França às margens do Mar Mediterrâneo e próximo a Limoux, um pouco distante de Bordeaux que fica mais a oeste e voltada para o Oceano Atlântico.

Vamos ao Vinho!

Na taça mostrou média transparência, vermelho cereja com reflexos bordô e bastante brilho. Os aromas já entregam sua alta acidez e os frutos vermelhos silvestres como amora e framboesa que possuem mais acidez do que doçura.

Na boca mostra a simplicidade do vinho que é compensada nesse caso pela sedosidade. Pelo que pesquisei o vinho não passa em madeira, as uvas são colhidas no ápice de sua maturidade, maceradas antes da fermentação extraindo toda a fruta e sob controle de temperatura a maceração com fermentação alcoólica faz com que o vinho mantenha o frescor e garanta cor viva e taninos da uva.

Descrevi esse processo para exemplificar como que esse vinho é vinificado de forma totalmente diferente do que estamos acostumados e se aproxima dos vinhos brancos e resulta em vinhos jovens, brilhantes com bom teor alcoólico e no caso da Pinot quando bem feito repassa a tanicidade simples mas de boa qualidade que essa uva em particular transmite e diferencia esses vinhos dos demais e a torna uma casta bem difícil de ser trabalhada.

Resumindo é um bom vinho, refrescante, correto no álcool e acidez com final e persistência condizente ao seu estilo.

Uma boa pedida para conhecer vinhos simples do sul da França.

Saúde!

2 comentários:

  1. ..Certamente que podemos confundir por ser um nome predominante de Bordeaux...aproveitando tambem para referir que existe muitas regiões em França que têm bons VDQS,...Pois, viver do vinho, pouco mais de Borgonha,Bordeus,Champagne...conseguem, sem esquecer alguns cognacs...

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    Respostas
    1. Olá amigo lusitano!

      Concordo plenamente com teu comentário em meu blog a respeito dos vinhos VDQS, mas temos sérios problemas aqui no Brasil com o excesso de vinhos de qualidade duvidosa mesmo contendo selos dos quais desconfiamos e que no fim as vezes caímos na "rotulagem" para sentirmos mais segurança e acabamos perdendo algumas preciosidades que nem denominação possuem. Mas para conhecer esses bons vinhos só bebendo de tudo mesmo!

      Pinot é uma das minhas castas favoritas, entre muitas rs, um grande abraço e saudações com bastante saudade de Portugal!

      Raphael Baruki.

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